The Just Best | by Mayuto Correa

Jul/23

19

GOODBYE TO MY FRIEND JOÃO DONATO    By MAYUTO CORREA

GOODBYE TO MY FRIEND  JOAO DONATO  By MAYUTO CORREA This is a sad day for Brazil and for me. The departure of a friend,  even if it is to go to Heaven, causes an impact on my heart that  can only be compensated by remembering how great a person  he is. But I haven’t waited a day like this too, to only now, say  good things about him. Throughout the years, I have described  Donato as being a great guy to many of my friends and most of  they also knew him and they agreed with me. In fact, practically,  very person I spoke with, about him, had a great story about him,  and all those stories did show how great he is. 

Donato and some other great characters are geniuses of Brazilian  music; that is why many stories about them exist, and become classic  tells, marks of eras, unforgettable. Needless to say, that is one of the  reasons they are immortals. Being close to some of them, like I have  been and knowing how close they were with each other on Earth,  I have no doubt that they are united in Heaven and having a great time. I haven’t seen Donato without a smile on his face, and I worked with  him several years and long hours, sometimes. I guess his brilliant mind  filled his heart with grace, love, and goodness.

Destiny brought us together when I left Brazil in 1969, via the USA. After  a short stay in Mexico City, I arrived in Los Angeles, and no other than Donato was waiting for me. That was a surprise arrangement made by  another legendary genius of Bossa Nova, Carlos Lyra, Who I also love  dearly. The first word I heard from Donato was: MALANDRO! When I  stopped laughing we hugged and I told him the Hotel’s address. He said,  No, you go to my house; I said no and I Insisted by saying, I don’t want to trouble anyone. He disregarded that and took me to his house. Whoever is reading this is knowing how great a person he is. 

At his house, all I needed was to rest after the long trip. But his piano did  not let me, because it stopped always at an odd moment. After I heard it several times, I walked to the door and asked him why he was doing that. He said, Malandro, I am recording my album this Saturday, and I’m composing      the songs now, but when I get to a spot, I have a block: I can’t feel the bridge. I sang a bridge to him, on the spot, because I heard that song so many times. He started to scream: Malandro, Malandro, that is the bridge! Then I went back to sleep because my plan was next morning deal with my asylum papers because I was a refugee from Brazil’s Dictatorship.

On Friday, the day before the recording section, he went to the company,  Blue Thumb Records and took me along. There, dealing with the final details about his recording session the next day, while talking with the president of the company, Bob Krasnow; without telling me, anything, he said “Bob, this is Mr. Correa, I want him to record with me tomorrow.” Bob Krasnow asked me, what I need and how much I wanted for recording. I said: I need a working visa and thousand dollars. Bob Krasnow said, “Go through that door and say that to the person there”. I did that and the next day I recorded with him. Later I learned that thousand dollars, then, is twenty thousand today.

A BAD DONATO is the title of the album we recorded then. The energy of the  music was so high that some songs did not stop for a long time and the engineer had to come out to stop us from repeating the coda. That was my first work in the USA and I continued working with Donato’s group for a long time. His beautiful character and goodness will never be forgotten by me and who knew João Donato

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ADEUS AO MEU AMIGO JOÃO DONATO 

 Por MAYUTO CORREA

Este é um dia triste para o Brasil e para mim. A partida de um amigo, mesmo que seja para ir para o céu, causa um impacto no meu coração que só pode ser compensado lembrando-me de quão boa pessoa ele é. Mas eu não esperei por um dia como esse para só então, dizer coisas boas sobre ele. Ao longo dos anos, descrevi Donato como sendo especial e a maioria dos meus amigos também o conheciam e concordavam comigo. Na verdade, praticamente, cada pessoa com quem eu falava, sobre ele, tinha uma grande história sobre ele, E todas essas histórias mostraram quão grande ele é. 

Donato e alguns outros grandes personagens são gênios da música brasileira; é por isso que muitas histórias sobre eles existem e se tornam clássicas, marcas de épocas e inesquecíveis. Nem precisa dizer que por isto eles se tornam imortais. Por ser amigo deles e saber de quão unidos eles são um com o outro, aqui na Terra, Não tenho dúvida de que eles estão juntos no Céu e estão se divertindo muito. Eu nunca vi o Donato sem o sorriso no rosto, e eu trabalhei com ele vários anos e por longas horas, às vezes. Acho que sua mente brilhante encheu seu coração de graça, amor e muita bondade. 

O destino nos uniu quando saí do Brasil em 1969, via EUA. Depois de uma curta estadia na Cidade do México, cheguei em Los Angeles, e não outro senão Donato estava me esperando. Esse foi um arranjo surpresa feito por outro gênio lendário da Bossa Nova, Carlos Lyra, o qual eu também amo muito como amigo. A primeira palavra que ouvi do Donato foi: MALANDRO! Quando eu parei de rir nos abraçamos e eu falei o endereço do hotel. Ele disse: Não, você vai para minha casa; Eu disse que não e insisti dizendo: não quero incomodar ninguem. Ele ignorou isso e me levou para a casa dele. Quem quer que leia este artigo ja está  sabendo quão grandiosa pessoa ele é. 

Na casa dele, tudo o que eu precisava era descansar depois da longa viagem. Mas seu piano me despertou, porque ele tocava e parava sempre num momento estranho. Depois que eu ouvi isto várias vezes, fui até a porta e perguntei por que ele estava fazendo aquilo. Ele disse, Malandro, eu vou gravar o meu disco neste Sábado, e estou compondo as músicas agora, mas quando chego a um ponto, tenho um bloco: não consigo sentir a segunda parte. Cantei a segunda parte para ele, na hora, porque ouvi essa música tantas vezes. Ele começou a gritar: Malandro, Malandro, esta é perfeita ! Aí eu voltei a dormir porque meu plano era na manhã seguinte lidar com meus documentos de asilo porque eu era refugiado da ditadura brasileira.

Na sexta-feira, um dia antes da seção de gravação, ele foi até a empresa Blue Thumb Records e me levou junto. Lá, tratando dos detalhes finais sobre sua sessão de gravação no dia seguinte, enquanto conversava com o presidente da empresa, Bob Krasnow; sem me dizer nada, ele dissesse: “Bob, este é o Sr. Correa, quero que ele grave comigo amanhã”. Bob Krasnow me perguntou, o que eu precisava e quanto eu cobrava para gravar. Eu disse: eu preciso de um visto de trabalho e mil dólares. Bob Krasnow disse: “Passe por essa porta e diga isso para a pessoa lá”. Fiz isso e no dia seguinte gravei com ele. Mais tarde aprendi que os mil dólares, são vinte mil hoje.   

A BAD DONATO é o título do álbum que gravamos então. A energia das músicas era tanta que nos não paravamos de tocar por muito tempo e o engenheiro tinha que nos avisar para parar de repetir a coda. Esse foi meu primeiro trabalho em USA; eu continuei trabalhando no grupo do Donato por muito tempo. Seu belo carater e bondade nunca será esquecido por mim e quem conheceu João Donato

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